Capítulo 2
A Inquietude da Alma
No limiar dos anos 60, uma época de transformações e agitação, um jovem de alma inquieta estava prestes a cruzar uma fronteira entre dois mundos. James Petit, nascido em meio à sombra da guerra e criado sob o teto austero de um orfanato católico, estava prestes a deixar o único lar que conhecera. A transição para o mosteiro, onde sua busca por sabedoria e conhecimento encontraria uma nova morada, representava uma jornada que ecoava tanto suas aspirações quanto sua relutância em abandonar a segurança que encontrara.
A mudança não era um evento singular, mas uma sucessão de momentos. A certeza do orfanato estava se transformando em incerteza. Os rostos familiares dos cuidadores que o haviam criado estavam agora obscurecidos por um véu de despedida. As paredes que testemunharam os passos incertos de sua infância pareciam sussurrar despedidas em tons suaves de nostalgia. Era como se o próprio edifício lamentasse sua partida.
Seus primeiros passos no mosteiro foram como uma entrada para um reino desconhecido. Os corredores sombrios e as paredes de pedra pareciam transportá-lo para uma era distante. Os sons eram diferentes ali – os sussurros das páginas dos livros sendo viradas, o murmúrio das preces ecoando através do ar tranquilo. Cada respiração parecia carregada com a promessa de um novo começo.
A biblioteca, um refúgio silencioso de conhecimento, tornou-se sua segunda casa. As estantes eram como portais para outras dimensões, abrigando tomos empoeirados que continham os segredos do passado. Ele passava horas imerso em suas páginas, perdendo-se nos mundos que se desdobravam diante dele. As palavras antigas pareciam ganhar vida, sussurrando histórias de civilizações que haviam desaparecido há muito tempo.