James era um estudante devoto, absorvendo cada gota de sabedoria que as páginas dos livros podiam oferecer. Seu espírito inquisitivo o conduzia por uma jornada através das disciplinas mais variadas – da filosofia à astronomia, da matemática à teologia. Cada assunto era uma peça do quebra-cabeça que ele estava montando, uma busca incansável para compreender os mistérios do universo e da existência humana.
A vida no mosteiro não era apenas uma busca por conhecimento, mas uma busca por transcendência. As horas da manhã eram reservadas para a meditação e a oração, quando ele se sentia mais próximo de Deus. Era um momento de conexão com o divino, uma tentativa de preencher o vazio que a solidão às vezes deixava em sua alma. As palavras de suas preces flutuavam pelo ar como pétalas delicadas, buscando uma audiência celestial.
A rotina monástica era rígida e disciplinada. Cada atividade era regulada pelo sino do mosteiro – acordar, estudar, comer, rezar. O movimento constante das horas se tornou um ritmo confortante, uma estrutura que lhe dava segurança em meio às incertezas do mundo exterior. No entanto, esse mesmo ritmo também o isolava, criando uma bolha de solidão que, apesar de ser escolhida, muitas vezes pesava em sua alma.
As regras do mosteiro ditavam sua vida, mas também limitavam suas interações sociais. James era um estudante solitário, preferindo a companhia dos livros e dos artefatos antigos à das pessoas. As amizades eram uma raridade, as conversas escassas. A solidão, embora autoimposta, o atingia ocasionalmente como uma flecha no coração. Ele se questionava se a busca pelo conhecimento valia o preço da desconexão humana.
O mosteiro não estava alheio às semelhanças entre a vida de James e a de sua mãe, Mary. Ambos compartilhavam uma relação íntima com o silêncio, uma maneira de enfrentar as dores e as cicatrizes que a vida lhes impusera. A inquietude da alma que ele carregava, uma fome voraz por conhecimento e compreensão, ecoava nas paredes do mosteiro como uma canção misteriosa.