A mente de James estava em chamas, consumida pelo desejo de desvendar os segredos que permeavam as narrativas antigas. Ele sabia que a verdade tinha o poder de trazer luz às sombras da ignorância, mas também sabia que essa mesma verdade podia trazer à tona os abismos da escuridão. Sua jornada em busca da verdade estava se aprofundando, revelando não apenas os mistérios do mundo, mas também as complexidades de sua própria alma.
A busca incessante de James por sabedoria e conhecimento o levou a explorar caminhos cada vez mais arriscados e sombrios. Convencido de que as antigas invocações de sabedoria eram mais do que meros mitos, ele se lançou em um perigoso território: a evocação de seres demoníacos. James acreditava que, assim como o rei Salomão, ele poderia manipular forças além do alcance humano para atingir um nível inimaginável de entendimento.
Sem medo das advertências e perigos associados à magia demoníaca, James escolheu evocar o temido demônio Asmodeus, conhecido como o rei do inferno abaixo apenas de Lux Ferre. Em um recesso de férias de seus alunos, ele se isolou completamente, seguindo meticulosamente o processo ritualístico da evocação.
O ritual era rigoroso, envolvendo auto sacrifício, provação, jejum extremo e um estado de debilitação que concentrava suas energias espirituais. James mergulhou nas trevas, preparando-se para a conjuração nos momentos mais frios e sombrios. Ele alinhou cada passo do ritual com a órbita dos planetas, aguardando a abertura do portal sinistro.
O corpo de James se enfraquecia enquanto ele avançava nos estágios do ritual. Seu corpo doente, desnutrido e exausto simbolizava o sacrifício que ele estava disposto a fazer em busca de sabedoria. Nos dias que antecediam o ápice do ritual, ele se mantinha enclausurado, com símbolos desenhados nas paredes, velas queimando e o odor fétido do seu próprio corpo negligenciado.
No ponto mais profundo da noite, na madrugada mais escura, James concluiu o ritual conforme os astros previam. Os portais se abriram, e ele se encontrou em um estado delirante, cercado pela aura sinistra da conjuração. Em meio a velas que se extinguiram com um sopro exatamente as 3 horas da madrugada, a ausência do calor e o cheiro de enxofre impregnando o ar foram as últimas lembranças de ter sentido antes de ouvir, uma voz sussurrante emergindo da escuridão do quarto dizendo:
“A crueldade da verdade é a necessidade que completa sua alma.”