Com os olhos cansados e a mente sobrecarregada, James começou a discernir algumas evidências nos estudos minuciosos que realizaram. A exaustão mental já não lhe permitia continuar com a mesma eficácia, e ele reconheceu a necessidade de descanso. Concordando com a avaliação própria, ele sugeriu encerrar as atividades do dia. Juntos, comunicaram ao Delegado que estavam finalizando a exploração dos documentos, o que não pareceu agradar muito ao Delegado, que questionou se haviam encontrado algo interessante.
James tece algo palpável mas ainda muito superficial dizendo:
– A maioria dos pergaminhos históricos datava de antes do século XII, abordando uma variedade de fatos históricos, como cronologias de reis, papas, eventos astronômicos e datas bíblicas. Mas ainda sem nenhuma direção única.
Enquanto o tempo seguia seu curso, Camille observou claramente a fadiga que tomava conta de ambos. Ela percebeu que era o momento adequado para interromper os trabalhos, considerando que o esgotamento poderia prejudicar a qualidade das análises. Ela expressou sua opinião, indicando que seria sensato parar por ali e que já possuíam um ótimo material para concluir o estudo.
Concordando com ela, James adicionou sua própria perspectiva:
– “O mistério gera curiosidade, e a curiosidade é a base do desejo de compreender.”
E assim, com essa frase, eles selaram o término da exploração por aquele dia. O mistério presente nos pergaminhos antigos estava começando a se desvendar, e James sentia que estavam mais próximos de revelar a verdade que poderia redefinir o conhecimento convencional e abrir portas para novas percepções da história. Mesmo com a fadiga, a excitação e a sensação de estar diante de algo grandioso os mantinham motivados para o que viria a seguir.
Camille admirava-o internamente cada vez mais por sua sabedoria e filosofia. No momento da despedida, uma sensação estranha percorreu os corações de James e Camille, um misto de carinho e conexão que estava além das palavras. Apesar de terem se conhecido em um contexto profissional, algo mais profundo parecia estar se desenvolvendo entre eles. A admiração que Camille nutria pela sabedoria e filosofia de James crescia ainda mais, e James sentia-se atraído pelo profissionalismo, inteligência e, claro, pela beleza encantadora de Camille.
Combinaram de se encontrar novamente no escritório de Camille na manhã seguinte, e cada um partiu em busca de um merecido descanso após um dia intenso e cheio de descobertas. Já era bem tarde da noite e, enquanto se entregavam ao repouso, seus pensamentos se entrelaçaram entre o caso complexo que estavam investigando e a curiosa atração que estavam sentindo um pelo outro. As fronteiras entre profissionalismo e emoção começavam a se diluir, e um desejo de se conhecerem mais profundamente emergia gradualmente.
James já em seu leito de descanso se propôs refletir profundamente sobre as evidências encontradas no dia e tentava entender qual seria o objetivo de Alexei em roubar tais documentos. Sua mente estava em constante movimento, conectando pistas imaginárias enquanto suas pálpebras pesavam gradualmente. O cansaço do dia o acolhia, e ele se entregava ao sono.
A madrugada era silenciosa, e ele se encontrava em um estado de sonho leve, à beira do abismo entre a realidade e a imaginação. O vento suave que soprava através das janelas causava um leve movimento nas cortinas, criando uma atmosfera calma e serena. Os estalos esporádicos das tábuas do assoalho, ajustando-se à mudança de temperatura, eram os únicos sons que quebravam o silêncio.
Foi então que, no meio desse estado de semi-consciência, James ouviu um sussurro distante e arrepiante. As palavras pareciam flutuar no ar como um eco misterioso.
– “Filho, eu vou lhe dar a direção para a sabedoria, mas junto a ela a dualidade será o sofrimento.”
Seus olhos se abriram abruptamente, seu corpo tenso e alerta. O coração batia rápido, e uma sensação de medo se espalhava por sua espinha. Ele olhou ao redor do quarto, buscando alguma fonte para aquelas palavras perturbadoras, mas não havia nada fora do lugar. Uma escuridão aparentemente impenetrável pairava no canto do quarto, como se uma sombra se escondesse ali.
O medo o paralisava, e ele lutava para encontrar uma explicação lógica para o que estava acontecendo. A lembrança da presença sinistra que a tempo não sentia voltou a assombrá-lo, misturando-se com o sussurro ameaçador. Ele evidenciou o horário pontual e sinistro das 3 horas da manhã. A sensação de que algo estava errado era avassalador.
Com um esforço consciente, ele se forçou a se sentar na cama, respirando fundo para acalmar seus nervos. Levantou-se devagar e dirigiu-se até a janela, com a intenção de fechá-la e interromper o barulho do vento que parecia ecoar sua inquietação. Ao puxar a cortina, seus olhos capturaram um vislumbre surpreendente: sobre a luz suave do luar, ao lado de uma oliveira que crescia em seu pátio, estava a silhueta preta de um ser vestido de preto.
O coração de James disparou, sua mente lutando para processar o que estava testemunhando. O ser misterioso estava lá, acenando para ele em um gesto quase convidativo. O medo e a curiosidade colidiam dentro dele, criando um turbilhão de emoções conflitantes. O silêncio da noite era ensurdecedor, enquanto seus olhos permaneciam fixos na figura escura à distância.
No entanto, antes que pudesse reagir, o assoalho atrás de James estalou de forma inesperada, fazendo com que ele virasse rapidamente para encarar o quarto. Seu coração martelava em seu peito, a sensação de que estava cercado por forças desconhecidas o envolvia.
Com um fôlego trêmulo, ele voltou seu olhar para a oliveira, esperando ver a silhueta misteriosa mais uma vez. No entanto, o que encontrou foi um vazio, como se aquela visão tivesse desaparecido tão rapidamente quanto aparecera. O luar banhava a oliveira solitária, mas não havia mais sinal do ser misterioso.
James permaneceu parado, tentando compreender o que havia acontecido. A sensação de inquietude ainda pairava sobre ele, como um eco distante de um mundo desconhecido. Ele se questionava se o que havia testemunhado era real ou apenas uma manifestação de sua própria mente exausta.
Com um suspiro resignado, ele fechou a janela e retornou à cama. Enquanto se aconchegava sob as cobertas, o cansaço finalmente o dominou novamente, e ele se viu mergulhando de volta ao sono. O que quer que aquela visão fosse, ele sabia que enfrentaria esses mistérios e medos, buscando desvendar os segredos ocultos que o cercavam.