Enquanto a noite avançava e as horas passavam, James trabalhava incansavelmente, o fogo da curiosidade e a determinação ardente guiando-o. Ele estava prestes a mergulhar ainda mais fundo nos segredos ocultos dos manuscritos, em uma jornada que o levaria a confrontar seu passado, suas crenças e a dualidade intrínseca que permeia a busca pela sabedoria e pela verdade.
Extremamente focado, James não percebeu as horas passando, sua mente fervia de teorias, mas ele lutava para encontrar a linha tênue entre sua imaginação e a razão. Qual seria a motivação de Alexei para arriscar sua carreira e vida por velhos manuscritos? A madrugada silenciosa e sua falta de percepção do tempo foram abruptamente interrompidas pelo barulho da velha porta de seu armário se abrindo em seu quarto.
Esse susto repentino fez James derramar a taça de vinho sobre alguns papéis em sua mesa. Desajeitadamente, ele tentou limpar rapidamente o estrago, e sem perceber, pegou em suas mãos a única folha que fora banhada pelo vinho tinto de cor de sangue. Ao examinar a folha para verificar os danos, ele se surpreendeu, pois era a mesma folha misteriosa que encontrara no chão ao entrar em sua casa pouco tempo antes. Um arrepio percorreu sua espinha enquanto ele tentava compreender a coincidência assustadora.
Cuidadosamente, James passou a mão sobre o vinho na folha, tentando limpar o borrão. No entanto, ao fazer isso, percebeu algo estranho: um padrão que se formara no canto da folha onde o vinho havia se espalhado. Com um misto de medo e curiosidade, ele aproximou seu olhar, e o que viu o deixou horrorizado. No canto do papel estava escrito em uma caligrafia sombria e perturbadora:
“Dê seu pai. Asmodeus”.
Seu coração pareceu parar por alguns instantes, e uma onda de arrepio percorreu seu corpo. Apenas o nome “Asmodeus” era suficiente para enviar calafrios por sua espinha. A lembrança das histórias e lendas sobre esse ser maligno o inundou, e ele sentiu uma presença opressiva ao seu redor.
A mente de James vagou para um universo paralelo e silencioso, uma dimensão de mistério e perigo. A sensação de estar à beira do desconhecido era avassaladora, e ele se sentia como se estivesse prestes a descobrir segredos que estavam além de sua compreensão. Esse momento foi interrompido abruptamente por um estalo agudo vindo do assoalho, fazendo-o virar-se com medo.
Ao virar-se, James percebeu a coincidência aterrorizante: o relógio marcava exatamente 3 horas da madrugada. O mesmo horário que ele ouvira o sussurro ameaçador em sua visão anterior. O silêncio da noite era ensurdecedor, e a sensação de estar cercado por algo obscuro e sinistro o consumia. Ele estava diante de uma encruzilhada, onde a linha entre a realidade e o desconhecido se tornava cada vez mais tênue.
Em um gesto irracional, James jogou o papel para longe, como se pudesse afastar suas próprias fantasias criativas e a sensação de ameaça que o havia dominado. No entanto, o ato não trouxe a paz que ele buscava. A noite estava irremediavelmente perturbada, e ele sabia que não conseguiria mais dormir.
Decidiu ir até a cozinha para preparar um café, na esperança de se manter acordado e afastar o cansaço. O aroma quente da bebida o envolveu, trazendo um pouco de conforto em meio ao turbilhão de pensamentos assustadores. Ao voltar para a sala, notou o papel manchado de vinho sobre outros documentos e, agora um pouco mais calmo, decidiu voltar aos estudos.