Ao pegar o papel, percebeu o documento que estava debaixo da folha e que havia algo interessante escrito nele, algo que estava exatamente debaixo do lugar onde ele havia jogado o vinho. Era como se a própria realidade o conduzisse de volta àquela mensagem oculta, até então um texto despercebido. Sua mente parecia ser guiada por uma força misteriosa, como se as peças de um quebra-cabeça finalmente estivessem se encaixando.
Sem acreditar na coincidência assustadora de como o papel havia pousado sobre o parágrafo que estava oculto, James começou a ler o texto. À medida que as palavras se desdobravam diante de seus olhos, uma epifania o atingiu como um raio. A teoria que tanto buscara, a ligação entre os documentos e os eventos, começou a se formar em sua mente.
A conexão parecia clara agora. Cada palavra escrita nos manuscritos medievais, cada referência histórica, cada detalhe astronômico – tudo se alinhava de uma maneira que ele jamais imaginara. Uma explicação plausível para o motivo de Alexei ter roubado os documentos começava a emergir, como uma luz que rompe a escuridão.
A noite avançou freneticamente, enquanto James mergulhava ainda mais fundo na sua investigação. Cada linha de texto era um fragmento do quebra-cabeça, e ele estava determinado a montar a imagem completa.
Enquanto o dia lentamente amanhecia, ele mal podia esperar para compartilhar sua descoberta com Camille, que seria sua parceira nessa jornada.
A aurora do amanhecer chegou rapidamente, e James sentiu uma urgência irresistível de compartilhar suas descobertas com Camille. Ele dirigiu-se apressadamente ao escritório dela, ansioso para revelar o que havia descoberto. Ao chegar, encontrou-a com um sorriso radiante, como sempre, e sua saudação calorosa não tardou:
– “Bom dia, James! É um prazer te rever, confesso. Como foi sua noite? Dormiu bem?”
Enquanto a recepção amigável de Camille era genuína, James estava tomado por sua própria inquietação. Ele não conseguia se permitir desviar da trilha de pensamentos que havia seguido a noite toda. A resposta dele à pergunta de Camille foi curta e direta:
-“Eu não dormi.”
O sorriso dela se desvaneceu um pouco, uma expressão de surpresa e preocupação cruzando seu rosto. Afinal, não era comum ouvir alguém admitir tão prontamente que passou a noite acordado, especialmente quando isso parecia afetar o ânimo da conversa. No entanto, Camille era um ser empático e entendeu que James tinha algo urgente a compartilhar.
Ela convidou James a se sentar e perguntou com gentileza, mas também com um toque de curiosidade:
-“Algum motivo em particular para essa noite sem sono, James?”
Ele olhou para ela com um misto de intensidade e excitação. Sua voz carregava um fervor quase frenético quando ele disse:
-“Eu descobri algo nos manuscritos. Algo que pode conectar tudo, dar sentido a tudo isso que estamos investigando.”