Levantando o Véu de Ísis
Capítulo 11
Após a revelação de James e a compreensão maior de Camille em todos os fatos, ambos se sentiam mais unidos e determinados a enfrentar as sombras que cercavam suas vidas. O dia seguinte trouxe consigo um novo senso de propósito, e eles mergulharam novamente nos manuscritos em busca de respostas.
Sentados em meio a pilhas de livros e pergaminhos antigos, James e Camille trabalhavam incansavelmente para conectar os derivados a suas origens. Enquanto vasculhavam as páginas empoeiradas, James encontrou uma passagem que chamou sua atenção, mencionando a estátua da deusa Ísis na cidade de Sais.
Com um olhar concentrado, James compartilhou com Camille a informação que havia encontrado sobre a estátua e a inscrição intrigante que ela carregava. Ele leu em voz alta:
“Eu sou tudo o que foi, é e será;
e nenhum mortal jamais ergueu minha vestimenta.”
Camille ouvia atentamente, tentando entender a relevância dessa inscrição e sua possível conexão com o ser maligno e os eventos que estavam ocorrendo. James continuou, mencionando que ao longo do tempo essa inscrição sofreu variações em diferentes relatos.
Com os olhos fixos no texto, James explicou:
– Em outra versão, essa estátua foi mencionada pelo filósofo neoplatônico Proclo, e a inscrição mudou um pouco. Agora, a vestimenta é um chiton, a expressão ‘nenhum mortal’ é substituída por ‘ninguém’, e uma terceira afirmação é adicionada:
‘O fruto do meu ventre foi o Sol’.
Camille franziu a testa, processando as informações. Ela começou a ver um padrão emergindo: as alterações nas descrições da estátua ao longo do tempo pareciam conter uma mensagem enigmática e talvez oculta.
– Parece que há uma evolução nessa inscrição ao longo dos séculos, como se alguém ou algo estivesse moldando-a de alguma forma”, comentou Camille, compartilhando suas próprias percepções.
James assentiu dizendo:
– Os criadores
Concordando com a observação dela. Juntos, eles estavam começando a traçar uma conexão entre a entidade obscura que os atormentava e os enigmas do passado distante.
Enquanto a discussão sobre as variações da inscrição prosseguia, James pegou um livro manuscrito e o abriu, revelando uma imagem da estátua de Ísis com um desenho riscado por cima da imagem um pentagrama invertido, desenho feito por Alexei em seus estudos antes de ser preso. O pentagrama era exatamente o mesmo pentagrama invertido que havia sido encontrado no peito de Alexei após sua morte. A conexão estava se tornando cada vez mais clara e aterradora.