A vida
Capítulo 13
James observava aquele instante como se fosse o tempo inteiro de uma vida, ainda abalado por tudo que aconteceu percebendo que o passado não alimenta o futuro, a clareza veio em sua mente que o futuro independe do passado o que alimenta o futuro é o presente.
No entanto, algo havia mudado dentro dele. Ele percebeu que a vida, de alguma forma, era um ciclo interminável de desafios, sofrimento e redenção. Todos, de uma forma ou de outra, enfrentavam suas próprias batalhas e demônios pessoais.
Ele pensou em Camille e em todas as pessoas que haviam cruzado seu caminho. Cada uma delas tinha sua própria história, suas próprias lutas e suas próprias buscas por significado. Ele percebeu que, apesar das diferenças, todos eram iguais na busca pela compreensão, pela redenção e pelo conforto espiritual.
A religiosidade, que ele havia questionado e desafiado ao longo de sua vida, agora parecia algo necessário. Era uma âncora que ajuda as pessoas a navegarem pelas tormentas da existência. Ele percebeu que a fé, seja em Deus, nos deuses ou em algo maior do que a própria humanidade possa entender, era uma fonte de força e esperança.
Enquanto refletia sobre esses pensamentos, James sentiu uma profunda paz interior. Ele não sabia o que o futuro reservava, mas estava disposto a enfrentá-lo com coragem e compreensão. A vida, ele percebeu, era uma jornada cheia de altos e baixos, mas também era uma oportunidade de crescimento e evolução espiritual.
Naquela cela escura, James encontrou uma clareza que nunca havia experimentado antes.
James sentiu como se tivesse desvendado o véu de Ísis, como se uma sabedoria ancestral tivesse sido revelada a ele. Ele compreendeu que, no cerne de todas as religiões e crenças espirituais, havia uma busca por significado, compreensão e conexão com algo maior do que a própria existência. Era como se ele tivesse descoberto um conhecimento profundo que sempre esteve ali, esperando para ser revelado.
Ele refletiu sobre a figura de Ísis, a deusa que abrange tudo o que foi, é e será. Ela representava a vida, a morte e o renascimento. Era um lembrete de que, assim como as estações mudam e a noite se transforma em dia, a vida também seguia seu ciclo infinito.
Naquela cela solitária, James sentiu um senso de paz e aceitação que nunca havia experimentado. Ele percebeu que, independentemente das circunstâncias, havia beleza na vida, na imperfeição da existência humana e na busca contínua pela verdade e pelo significado.
Ele pensou que as pessoas boas ou más criaram sua jornada e o havia moldado de alguma forma. Começou a entender as nuances da história de Jó de uma maneira mais profunda. Nos antigos testamentos “O sofrimento extremo com a perda de seus Filhos e se manteve fiel, teve momentos de extrema felicidade com sua esposa.”
Na história Bíblica Lúcifer ao ver o testemunho de Deus para com a fidelidade com Jó, Lúcifer sugeriu que Jó só era fiel por causa de sua vida abundante. (1:12) “Na visão de Lúcifer Jó se mantinha fiel e íntegro apenas por ter sido abençoado e possuir tantos bens quanto desejava”. Em outras palavras, Lúcifer acusava Jó de ser interesseiro e sua fidelidade estava condicionada, e que se tudo o fosse tirado Jó então blasfemaria contra Deus.
Assim como Jó, ele próprio “James” havia enfrentado desafios e perdas profundas, mas agora percebia que a fé não era apenas uma questão de recompensas materiais.
Ele entendeu que a verdadeira fé residia na capacidade de permanecer íntegro, mesmo diante da adversidade. Era fácil acreditar quando tudo estava bem, mas a verdadeira fé se manifesta quando a vida se torna difícil e implacável.
A acusação de Lúcifer contra Jó, de que ele era fiel apenas por causa de suas bênçãos materiais, ressoou profundamente em James. Ele percebeu que a fé genuína era desprovida de motivos egoístas ou ganhos pessoais. Era uma conexão espiritual, uma confiança inabalável em algo maior do que a compreensão humana.